Quando e por que sua empresa deve investir em relatórios de sustentabilidade

Publicar ou não um Relatório de Sustentabilidade? Com padrão GRI (Global Reporting Initiative) ou não? Será que vale a pena realizar esse investimento? São muitas as dúvidas de gestores de empresas dos mais diferentes portes e setores econômicos sobre o tema. Nos últimos anos, esse tipo de relatório se tornou importante ferramenta estratégica para comunicar os compromissos e os avanços das corporações em relação a aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG, da sigla em inglês). 

Vejamos a questão sob vários ângulos. Em primeiro lugar, é preciso entender que publicar um Relatório de Sustentabilidade independe do tamanho da empresa. Afinal, mesmo com recursos limitados, as PMEs podem criar relatórios mais compactos, destacando iniciativas como reciclagem, redução do desperdício ou o desenvolvimento de programas sociais na comunidade. 

Já as empresas de maior porte, especialmente as listadas em Bolsas de Valores ou com atuação global, enfrentam maior pressão para apresentar informações detalhadas sobre suas práticas ESG. Relatórios de Sustentabilidade são fundamentais para atender a regulamentações e atrair investidores institucionais.

As Organizações do Terceiro Setor (ONGs) e instituições governamentais também podem se utilizar desse instrumento para demonstrar transparência e reforçar sua credibilidade perante a sociedade.

Para entender melhor

Existem outros padrões para elaboração de relatórios, além do GRI. Um deles bastante conhecido é o SASB (Sustainability Accounting Standards Board). A diferença é que o GRI foca em transparência para stakeholders amplos, como governo, ONGs, sociedade etc.. O SASB, por sua vez, tem como público-alvo os investidores e os mercados financeiros. Nos últimos tempos está ganhando popularidade, principalmente entre empresas listadas em bolsas de valores e investidores, devido ao seu foco em materialidade financeira e exigências regulatórias crescentes, especialmente nos EUA e na Europa. Algumas empresas estão adotando os dois frameworks de forma complementar: GRI para comunicação ampla e o SASB para atender às demandas de investidores e reguladores.

Passo a passo do Relatório de Sustentabilidade:

  1. Por que fazer?

Essa deve ser a primeira pergunta a ser respondida pelos gestores. A empresa tem indicadores suficientes para justificar esse tipo de investimento? Qual seria o propósito do Relatório e qual o público-alvo: clientes, funcionários, parceiros, acionistas? Observe que nem sempre o relatório precisa ser de sustentabilidade. Em alguns casos específicos, ou quando ainda há pouca maturidade nas ações, um Relatório de Investimentos Sociais pode funcionar perfeitamente. 

  1. Levantamento dos dados 

Se a resposta para a pergunta acima indicar que “sim, vamos fazer”, então é preciso preparar e coletar os dados. Os indicadores ambientais podem significar redução das emissões de carbono e uso de recursos naturais, por exemplo. Indicadores sociais envolvem condições de trabalho, diversidade, impacto na comunidade, entre outros. Os dados também podem estar ligados à governança, como ética, compliance e transparência.

Um dos primeiros passos nesse processo será a construção da Matriz de Materialidade. Em um relatório de sustentabilidade, a materialidade visa identificar e priorizar os temas mais relevantes para a organização e seus stakeholders. Esses temas representam os impactos mais significativos da empresa no meio ambiente, na sociedade e na economia, além de influenciar decisões de investidores e partes interessadas.

  1. Consultoria externa

Não é obrigatório contratar um consultor externo para elaborar relatório de sustentabilidade baseado nas diretrizes da Global Reporting Initiative. No entanto, sua participação será indispensável em empresas com operações complexas ou multinacionais, negócios que buscam certificações ou auditorias externas, além de empresas que precisam de relatórios para investidores ou mercados regulados.

O conhecimento técnico deste profissional será importante para apontar caminhos, evitar erros e garantir que o relatório esteja em conformidade. Afinal, ele está familiarizado com os padrões, indicadores e melhores práticas. 

  1. Escolha parceiros e monte cronograma

Em geral, o início do levantamento dos dados e a escolha dos fornecedores para produção do conteúdo ocorre entre outubro e novembro. Já a elaboração de entrevistas, texto, gráficos e criação do layout deve ser programada para o período entre janeiro e março, dependendo da complexidade do projeto. Cuide para que o produto fique visualmente atraente e acessível, equilibrando o mix entre informações técnicas e narrativas envolventes.

Tudo correndo bem, o ciclo se fecha em março/abril, quando o produto fica pronto e começa a ser distribuído ao mercado. Não deixe de planejar uma comunicação muito eficiente focada nos diversos stakeholders da corporação. Nem todo relatório precisa ser impresso. Hoje, há excelentes recursos para produção online, que permitem links navegáveis, interatividade e fácil compartilhamento, além de reduzirem custos significativamente. No entanto, um relatório impresso continua sendo uma ferramenta valiosa em situações estratégicas. Ele pode servir como um cartão de visitas de alto impacto em reuniões presenciais com autoridades, investidores e outros públicos-chave, transmitindo profissionalismo e cuidado nos detalhes.

Pontos de atenção ao produzir Relatório de Sustentabilidade

1. Métricas

Nem todas as métricas são igualmente importantes para todos os setores. Foque naquelas mais relevantes para o seu negócio e para os públicos envolvidos (stakeholders).

2. Seja transparente

Já ouviu falar em greenwashing? Certamente sim. É quando as empresas querem parecer mais sustentáveis do que realmente são. Os leitores do seu Relatório de Sustentabilidade vão perceber de imediato caso a sua empresa esteja mostrando dados que não condizem com a realidade. As metas ainda não foram totalmente alcançadas? Não tem problema, desde que você demonstre claramente que a corporação está seguindo firmemente no processo e atenta às metas futuras.

3. Engajamento interno 

Para alcançar resultados, é  preciso contar com o suporte de várias lideranças ao longo dessa jornada. Sendo assim, envolva pessoas de diferentes departamentos para a coleta dos dados e o alinhamento das práticas sustentáveis. Com o time engajado o trabalho será colaborativo e todos se sentirão parte de uma ação muito maior.

Um último recado bastante importante: Relatórios de Sustentabilidade devem ser publicados regularmente para demonstrar compromisso contínuo e evolução das metas. E se, por alguma razão adversa, os resultados não forem tão bons ao longo do novo ciclo? Seja claro, transparente e justifique os motivos. Empresas que adotam práticas transparentes e sustentáveis garantem relevância e competitividade no mercado.

O caminho pode ser trabalhoso, porém, com resultados plenamente positivos. Na LF & Cia Comunicação Corporativa estamos prontos para ajudar empresas de diferentes portes a transformar os desafios de comunicação em soluções criativas e estratégicas. Fale conosco para saber como podemos colaborar no desenvolvimento do seu Relatório de Sustentabilidade.

Comentar

plugins premium WordPress
Abrir
Precisa de ajuda?
LF & CIA
Olá 👋
Como podemos te ajudar?