Em um dia de 2002, com pressa e por absoluta falta de opção, almocei na lanchonete de um hospital. O lugar estava lotado e imediatamente aceitei o convite de um senhor para dividir a mesa. A conversa fluiu e seu Luiz contou que há 20 anos, pouco antes de morrer, seu pai lhe entregou as formas de antigos soldadinhos de chumbo esquecidas no porão.  Aqueles mesmos soldadinhos que costumava brincar na infância. Recém-aposentado na época, seu Luiz começou a se dedicar às miniaturas. A partir daquele momento fez novos amigos, visitou feiras e lojas de antiguidades, comprou livros sobre o tema e criou uma maneira de se divertir e ganhar dinheiro. 
Quis conhecer melhor o universo desse homem que, quase aos 80 anos, vivia cercado de soldadinhos de chumbo. Fui um dia visitá-lo, num modesto ateliê nos fundos de sua casa. Não parecia que estávamos em um grande centro urbano. A conversa, o lugar, a simplicidade. Percebi, então, que o chumbo não impregnou o coração de seu Luiz. Foi apenas o seu instrumento de trabalho e prazer. Entre tantos objetos naquele ateliê encontrei Merlin, um mago que transita entre os dois mundos com a missão de indicar caminhos para o desenvolvimento dos homens.  Seu chapéu de mago virou símbolo da agência e nos acompanhou por muitos anos.
Em 2015 o telefone toca na agência e um jovem se apresenta. Um amigo dele leu essa história no nosso site e ficou com a certeza que esse personagem era seu avô. E era! Seu Luiz, ele me contou, havia falecido muito recentemente.
Emocionada, lembrei da inspiração que senti em seu local de trabalho. 
Naquela sala estava o resumo de tudo o que eu queria e pensava. Saí de lá com a certeza de que assim seria na minha empresa: o chumbo do dia a dia como um instrumento da felicidade. Trabalho árduo, mas sempre com paixão. E assim tem sido desde 2002.